Operação na Madrugada
A imagem do automóvel capotado e incendiado pode fazer a diferença na escolha do local mais adequado para fazer as compras de natal
Com mais de cinco mil estabelecimentos comerciais no setor vestuário, o Brás recebe diariamente centenas de ônibus trazendo compradores de diversas partes do Brasil. Durante períodos que antecedem datas comemorativas, como o Natal, chegam milhares de ônibus diariamente. Há também quem venha de outros países para aproveitar as oportunidades de compras que essa área oferece.
O Brás é realmente uma região extraordinária, ao mesmo tempo em que é abandonada pelo poder público. A feira da madrugada é uma vergonha para toda a cidade. Milhares de ambulantes sem licença montam suas barracas na Rua Oriente e adjacências às 3h, perturbando o sossego de moradores que, intimidados, não protestam. Muitos dos ambulantes são imigrantes irregulares que sequer falam português. Além dos produtos pirateados, é comum encontrar mercadorias sem procedência ou com origem criminosa. A feira da Madrugada é o retrato da cidade ilegal. Por isso, é inadmissível que algumas gestões tenham permitido sua organização e a ocupação irregular do espaço público. O combate a esta atividade é uma obrigação do poder público, porém deve ser precedida de estratégia. São mais de três anos sem operação de ocupação da rua por parte do poder público, permitindo sua expansão que já somam mais de três mil ambulantes nas ruas, sem nenhum tipo de fiscalização. Há quem aposte que trata-se do maior centro de distribuição de mercadorias roubadas do país. A escolha da época para retomar essa operação é muito infeliz. Final de outubro, o Brás recebe muita gente e a feira se torna uma “monstruosidade”. Os ambulantes, que não sofriam ação fiscalizatória há anos, se abasteceram de produtos para aproveitar o período de compras de Natal e não vão abandonar as ruas sem lutar. Uma ação num momento como este demanda uma grande quantidade de policiais e não pode acabar em poucas semanas sob pena de retorno imediato dos ambulantes. Uma operação definitiva deveria ter sido iniciada no começo do ano, quando o período "pós festas" propicia calmaria à região. Dessa maneira, seria necessário um contingente policial menor, possibilitando uma operação permanente. Os ambulantes que desejarem continuar trabalhando deveriam migrar para a formalidade, buscar alternativas privadas nos shoppings populares e, jamais, ocupar espaços públicos tão preciosos numa cidade como a nossa.
Esta operação em andamento apresenta ao país, através da imprensa, um clima de insegurança que pode inibir o consumidor e revelar uma imagem negativa que o Brás não merece.
O poder público pode estimular as ações para que a região se torne um circuito atraente para todos os turistas que visitam a cidade. A cidade de São Paulo deve explorar com mais inteligência sua vocação para os negócios, criar uma política específica para estimular a atividade comercial na região e oferecer a melhor opção para o turismo de compras da América Latina.
Eduardo Odloak -
Presidente do PSDB Mooca
O equilibrado texto de Odloak transborda em suas entrelinhas sinais de experiência do signatário. A estratégia apontada é das mais corretas e certamente nos levaria a um deagaste menor.
ResponderExcluirParabéns
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro amigo Odloak, compartilho com voce essa preocupação, como voce bem disse, o poder publico não deu o devido valor e abandonou a fiscalização no local, se tivisse tido vontade politica ao invés de termos camelos irregulares ocupando o espaço publico, teriamos comerciantes formais e regularizados em locais adequados, agora simplismente resolve acabar de uma ves sem medir as consequencias prejudicando a todos, pois pela época do ano não a tempo habil para nenhuma negociação amigavel, voce sabe que isso não vale a pena ver de novo, essa pratica já é conhecida e condenavel.
ResponderExcluirPrimeiro cassaram as TPus, para inpedir a proliferação desse trabalho e deixa-los na irregularidade, para mostrar para a sociedade que são todos irregulares, estão sendo tratados como bandidos, contrabandistas, receptadores, enfim estão sendo tratados como lixo por esse governo militar e a sociedade aplaude, e ainda querem que não haja protestos ???
Eu participei de uma reunião de coronel e ele disse o seguinte; Que reconhece a minoria, mas governa para a maioria,Quer dizer que minoria não tem direito algum? esse é o governo que temos hoje em São Paulo, e o respeito aos direitos individuais? a Constituição Federal e a lei organica do Municipio está sendo rasgada por este prefeito que a partir de 2009 quando de fato iniciou a marca deste governo colocou São Paulo na contra-mão do desenvolvimento Economico e Social.